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Mostrando postagens de abril, 2025

Onde Moram as Vozes

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  Sempre existiu uma casa esquecida no fim da Estrada do Cedro. Um casarão antigo, de dois andares, com janelas altas, persianas partidas e uma pintura verde que o tempo fez questão de apagar quase por completo. Muitos chamavam de “Casa Verde”, mas ninguém falava sobre ela com frequência — como se o nome fosse o suficiente, e tudo além disso fosse melhor deixar quieto. Estava ali antes de qualquer um lembrar, e provavelmente ainda estará quando todos tiverem esquecido. Eu sempre fui curioso. Inquieto. Um pouco teimoso, talvez. Ouvi histórias quando era criança — histórias mal contadas, feitas de silêncios e olhares evasivos — sobre gente que entrou ali e não saiu mais. Sobre luzes acesas em janelas sujas. Sobre vozes que se ouvem quando o vento para. Naquela tarde nublada de outubro, com o céu cor de ferro e o ar parado, alguma coisa me puxou até lá. Não por coragem, nem por desafio. Fui por um tipo de ausência... uma vontade sem nome. Como se parte de mim já estivesse lá den...

Soneto da Sombra Que Me Espia

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No escuro corredor da minha mente, Ecoa um passo estranho e insistente. Suspiros frios sopram, de repente, Trazendo um medo surdo e persistente. O vulto espreita atrás de cada esquina, Com olhos que atravessam minha pele. A alma se encolhe, frágil, pequenina, Enquanto a sombra cresce, não repele. Ninguém me vê, mas sei que está por perto, Com garras invisíveis me rodeia. Num cárcere sem tranca, vivo incerto. E mesmo no silêncio, a dor clareia: Sou presa de um olhar sempre desperto, Num mundo onde a razão já não passeia. Imagem feita por Inteligência Artificial